segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Pérola perdida: KGB - Motion (1976)


(The Lost Pearl : KGB - Motion (1976)

Bem, este é o segundo disco do quê deveria ser uma Super Banda de Rock! Mas já no segundo disco , a formação original perdia o excelente guitarrista Mike Bloomfield (ex-Paul Butterfield, Elvin Bishop, etc...) e o baixista Rick Grech (ex-Blind Faith). Em seus lugares entram Ben Schultz e Gregg Sutton respectivamente. O som que antes era meio "bluesy" agora passa a flertar descaradamente com o Funk, chegando quase a linha tênue da Disco music (a vantagem , e hoje eu consigo enxergar, era que todos os instrumentos eram tocados por seres humanos, diferente de hoje que um tecladista razoável programa tudo, e um abraço) , pois é, tínhamos uma Banda tocando. E aí nesta hora é que vemos as tais misturas musicais dos anos 70 florescerem!

A formação do grupo era Barry Goldberg (teclados e arranjos de cordas), Carmine Appice (bateria e percussão), Ben Schultz (guitarras), Gregg Sutton (contrabaixo e vocais) e Ray Kennedy (vocais líder) e com ela fizeram um senhor disco com muito da influência americana da época.

O disco abre com a "funkerosa" 'Woman, Stop Whatcha Doin'' mostrando todo o entrosamento e swing do quê chamamos de "cozinha" - baixo e bateria - os backs são perfeitos, o Ray dá conta perfeitamente da linha vocal, o contrabaixo parece saltar a música inteira, a guitarra de Ben sai da mais perfeita sonoridade limpa para a distorção, mas o destaque desta faixa, aliás, DE TODO o DISCO , para mim é mesmo o Mago das baquetas Carmine Appice.Marcações brilhantes, variações inesperadas e um excelente jogo bumbo-caixa-cymbal e pratos de ataque.

'I Only Need A Next Time' começa com a mesma guitarra seca, batida funk, porém a linha vocal é mais harmoniosamente marcante e irá fazer você cantar também depois da segunda audição. Prá variar, o destaque fica por conta da marcação e das variações de Carmine, um MONSTRO em seu instrumento!

A terceira é 'My Serene Coleen', um momento lírico de Ray, uma canção especial. E não é que mesmo nesta música lenta Carmine arruma um tempo para sentar o braço, sem no entanto fugir do contexto. O outro grande destaque desta canção fica por conta do arranjo de cordas de Goldberg. 'Lookin' For A Better Way' vem na sequência, hummm... Junte um baterista que aparece o tempo inteiro, uma batida funk, um guitarrista com uma guitarra sintetizada e um solo "louco"... esta é 'Lookin' For A Better Way'!

'Lay It All Down' é uma belíssima música lenta que prova definitivamente que a música por ser lenta não precisa seguir sempre a mesma fórmula (não é mesmo Scorpions?). Diferente de 'My Serene Coleen', esta segue uma linha mais melódica que privilegia o refrão e a bridge (transição para o refrão). Ray interpreta muito bem, mais uma vez Goldberg faz um arranjo de cordas impecável! Nota DEZ !

'Treading Water' para mim é candidata fortíssima a melhor do disco. Esta música os vocais ficam por conta do baixista Gregg Sutton, que devido a sua condução soul, lembra em algumas passagens o grande Glenn Hughes (ex-Deep Purple). A música começa de uma forma lenta, com uma interpretação belíssima e depois ganha contornos de Soul Music fantásticos! Carmine mostra a importância de um grande baterista em uma Banda, suave e ao mesmo tempo com swing.

'Goin' Thru The Motions' é o quê podemos chamar de "Funk agressivo", já imaginaram? Agora coloquem uma guitarra com "talk box", aquele mesmo de "Show Me The Way" de Peter Frampton, uma marcação prá lá de técnica e animal do baterista, uma pitada progressiva e solo com uma vibrante distorção ... bata tudo e assim é ela!

'Je T'Aime' é uma música de duas fases, a primeira voz e teclados, a segunda jazzística aonde toda a Banda se destaca (principalmente o baterista) e depois volta a lentidão. Boa música.

E para fechar o Play , 'Determination' é tão Funk que é Disco! Mas vale muito a pena escutar o que um puta baterista pode fazer com o rítmo! DEZ , muito DEZ!!!! São cinco minutos e meio da mais pura aula de rítmos que um baterista da década de 70 poderia dar. Todo o desempenho da Banda é excelente , mas Carmine Appice decide fechar o disco com uma performance inesquecível!

Para acabar, duas coisas:

Primeira: Quem por aí quiser (ou estiver) tentando tocar bateria deve ouvir atentamente este disco!

Segunda: Este disco (vinil) NUNCA, eu disse nunca foi prensado em CD. Pelo menos não ainda. Portanto, esta gravação que vinha sendo ávidamente perseguida por mim e por outros contemporâneos em todo o mundo hoje se dá , graças ao Blog co-irmão Velho Roqueiro ( http://velhorockeiro.blogspot.com/2008/08/420-kgb-motion-1976-lp.html ) , que também se encontra em nossos links! Muito Obrigado ao Velho Roqueiro!


Em tempo: como foi "ripado" de um vinil, e é claro que ele foi muito ouvido durante estes longos anos, é óbvio que contém uns chiadinhos. Sons muito estranhos aos "puros" ouvidos das novas gerações da gravação digital. Deixem o preconceito de lado e abstraiam estes chiadinhos, afinal, só em gravações ultra raras como estas vocês poderão ter a honra de "sentir" com o quê conviveu a geração de seus Pais em termos de som!


Um Abraço!






Quem se interessar em saber mais sobre o KGB e Carmine Appice:



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